Miguel é um ferreiro que, desde 2001, têm feito carretos atravessando São Paulo de bicicleta. “Desisti do carro. O preço da gasolina subiu, tem trânsito demais e não compensa”, me explicou em frente ao Memorial da América Latina, enquanto pedalávamos lado a lado na última faixa da avenida, atentos ao trânsito. Ferreiro rápido, tive que me esforçar para alcançá-lo e depois manter o mesmo ritmo que ele, mesmo com um carrinho parcialmente cheio. Quando ele entope o carreto de ferro, a carga chega a pesar dezenas de quilos.
“Dá para ir para todos os cantos. Eu vou até Santo Amaro, até o Campo Limpo, toda a cidade. Agora mesmo estou indo para Santo André”, afirmou, sorrindo tranquilo. “Essa bicicleta é mais nova, ela rende muito melhor. A outra que eu tinha era bem ruim”, completou, antes de virar à direita na Avenida Pacaembu e seguir seu caminho, desta vez pela calçada. “Um bom dia aí meu amigo, a gente se vê”, acenou.
Valeu, seu Miguel!