No domingo, dia 17, amigos, moradores e admiradores da região da Serra da Cantareira promovem passeio para chamar a atenção para a ameaça que representa a construção do Trecho Norte do Rodoanel em São Paulo. Conforme o que escreveu o Leonardo Cuevas na página da Bicicletada, o a intenção é “conhecer de perto o que ainda temos de verde, e saber amar aquilo que precisamos defender”, além de “conversar e articular ações para mostrar nossa posição”.
Vale ir pedalando ou caminhando. Informações sobre saída e horários estão na página citada; acrescento apenas essa opção detalhada de rota do Metro Vila Madalena até a Cantareira.
A construção do Trecho Norte do Rodoanel faz parte do projeto de expansão viária de São Paulo e está dentro da lógica de priorizar o transporte automotivo privado em detrimento dos sistemas coletivos e públicos. O investimento (inicialmente) previsto é de R$ 5 bilhões (isso, bilhões!) e a eficácia da obra é duvidável – o Trecho Oeste já tem dado sinais de esgotamento e as autoridades, ignorando que ampliar avenidas só aumenta o trânsito e não diminui, estudam ampliá-lo.
Além de só reforçar o transporte individual e, desta maneira agravar o trânsito e não melhorar, o Trecho Norte do Rodoanel causará impacto ambiental grave na região e destruirá bairros inteiros. Cercada, a mata da Cantareira fica ameaçada de ser ocupada e destruída gradualmente. A pretensão de delimitar a expansão da área metropolitana, criando um obstáculo físico, pode ter eveito reverso. Há o risco de com a rota aberta para ocupação desta área, surgirem loteamentos clandestinos e degradação.
Além do passeio para chamar atenção para o desastre ambiental em curso, há outras mobilizações. Nesta sexta-feira, dia 15, a Rede de Cooperação da Cantareira (Recanta) promove um encontro de educadores e voluntários para tentar articular resistência ao projeto.
São Paulo precisa de mais sistemas de transporte público, expansão de metrô, trens e alternativas de transporte. Insistir em utilizar o sistema viário para interligar diferentes cidades e pensar o escoamento de carga pesada somente com caminhões é fortalecer um modelo insustentável e fadado ao fracasso.
Com R$ 5 bilhões dá para criar bases para mudanças significativas na política de transporte da cidade. Sem derrubar a Cantareira.
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